Chita
A Chita é um tecido de algodão com estampas de cores
fortes , geralmente florais e tramas simples.
As estamparia é feita sobre o tecido conhecido como morim.
Uma estampa característica de chita sobre outro
suporte que não seja morim não é chita.
As características principais são:
Cores primárias e secundárias em massas chapadas que
cobrem totalmente a trama , tons vivos , grafite delineando os desenhos , e a predominância de uma cor.
As cores intensas servem , não só para embelezar o tecido ,
mas também para disfarçar suas irregularidades ,
como eventuais aberturas e imperfeições.
O nome chita vem do sânscrito chintz , surgiu na Índia medieval
e conquistou europeus , antes de se popularizar no Brasil.
O Século das Chitas Até o final dos anos 20 , a manufatura têxtil de algodão absorvia 40% do nosso capital e 23% de toda a nossa mão-de-obra empregada em nossa indústria. A estamparia ia a pleno vapor no ano de 1885 e as chitas já eram fabricadas em larga escala em grandes empresas. Em 1912 surgiu a Companhia Fabril Mascarenhas. Começava ali a trajetória de uma empresa que não cresceria muito , mas que começaria a produzir a chita nos anos 70 e o chitão na década seguinte , mantendo essa produção em plena atividade até os dias de hoje , sob o comando do neto do coronel Mascarenhas , José Henrique Mascarenhas. A Primeira Guerra Mundial , teria efeito benéfico sobre a produção brasileira. Os países europeus tiveram suas produções manufaturadas suspensas e se dedicaram à produção de armas. Logo , o Brasil começou a tomar lugar de destaque no comércio internacional de produtos manufaturados. De 1931 a 1938 a produção nacional de tecidos de algodão cresceu em cerca de 50% , alcançando os 963.757.666 metros anuais. É desse período a fundação da Fiação e Tecelagem São José , em Mariana , Minas Gerais. Nela começou a produção de chita e a gestação do chitão. Funcionários da Fiação e Tecelage São José Em 1944 era aberta em Contagem , cidade na região metropolitana de Belo Horizonte , a Estamparia S.A. , que é uma das poucas empresas que ainda produz chita , mas apenas 100 mil a 150 mil metros por mês , o que corresponde a 5% de sua produção mensal de tecidos. Com o fim da guerra , a chita continuava vestindo os trabalhadores braçais e os moradores das regiões rurais , e era , e ainda é , o pano característico das festas populares. (Descrição da Imagem: dois personagens do Maracatu totalmente vestidos de chita com "Burrinhas" penduradas aos ombros. a colorida imagem dos dois está no meio de um denso matagal dando um contraste muito interessante) Também era usada nas periferias urbanas. Era a vestimenta do dia-a-dia ou a chamada roupa de brincar das crianças. Como surgiu o Chitão (anos 50) . As revistas femininas da época ditavam a moda , vinda de Paris e ensinavam o comportamento feminino ideal : o de submissa rainha do lar. A drástica virada de mesa dos anos 60 ainda estava por vir , para mudar os rumos de lares , mulheres , rainhas , moda e usos da chita. (O Concurso do Vestido de Chita completava 30 anos e dava-se no Palácio de Cristal do Porto. Nas imagens: o público que acorreu ao recinto de variedades da Feira do Porto; as concorrentes, entre elas a segunda classificada, Maria Eugénia da Purificação, de Massarelos.) A Fábrica de Tecidos Bangu deixara de produzir chita para pesquisar, desenvolver e produzir tecidos de qualidade à altura do mercado internacional , usando principalmente o algodão como matéria-prima. Encerraria , assim , sua função inicial de grande produtora de morins e chitas. Até o encerramento de suas atividades existia , na sede da fábrica , no Rio de Janeiro , a chamada Sala das Chitas. Saiba um pouco da história da Fabrica Bangu Aqui As antigas instalações da Fábrica de Tecidos Bangu - símbolo da região por ela ocupada, na zona oeste do Rio de Janeiro - reabriram como centro de compras. Funcionando desde outubro de 2007, o Bangu Shopping foi implantado na área da Companhia Progresso Industrial do Brasil - nome oficial da Fábrica de Tecidos Bangu, que se instalou naquele bairro carioca no final do século 19 e lá funcionou por mais de um século. No final da década de 1950 , a Fiação e Tecelagem São José voltou-se à demanda especifica de sua clientela , e começou a fazer testes para fabricar tecidos , entre os quais a chita , com largura maior. A essa nova chita , mais larga , deu-se o nome de chitão , que “só deu certo e foi divulgado na década de 1960 , quando todo mundo começou a fazer também”, recorda-se Oziris Cimino , diretor comercial da Fiação e Tecelagem São José. Hoje , o que caracteriza o chitão são as dimensões e as cores de suas estampas florais. Se alguém fizer essa estampa sobre outro suporte que não seja morim , certamente a referência do novo tecido será “estampa de chitão”. |
4 comentários:
Menina amei seu post, confesso que não li tudo, mas depois eu volto para terminar de lê.
Muito interessante seu post!
Bjão
Oi Patricia
li o post Do começo ao fim,
com muito prazer.
e fiquei super feliz de saber mais sobre esse tecidinho que fez parte da minha vida de menina nordestia,eu lembro que minha mãe me fez um completo de chita,era a moda Da saia cigana,e eu ficada toda feliz com minha sai de chita,
eu não sabia que a chita era antiga assim,e que tinha vinda da Índia,
eu imaginava que ele fosse brasileira E NORDESTINA.
BACI
Excelente post!
Sou do tempo em que a chita era um tecido destinando somente aos miseráveis, porque nem pobre usava roupa de chita...rs
Tudo mudou e hoje é um tecido que cabe muito bem em qq classe social, graças a Deus!
Bjksss
Adorei estas informações... a Chita deve ser relembrada na moda.. o que de fato não a contece... amei!
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